Carta ao Diretor do DN e ao sr Belloso Fernando Pessoa e o ser-se Liberal













Fernando Pessoa e o ser-se Liberal…


Oh senhores do DN, é  meu dever, claro, mostrar a um ignorante quem era Fernando Pessoa e mostrá-lo de forma simples, pois na verdade ele, o Belloso, é um ignorante !
E começo assim com estes Poemas de Fernando Pessoa, antisalazaristas, “anti conservadores” para recordar que este nosso Poeta e Pensador era mesmo LIBERAL e por isso anti salazarista !


COITADINHO DO TIRANINHO
Coitadinho
Do tiraninho!
Não bebe vinho,
Nem sequer sozinho…
Bebe a verdade
E a liberdade,
E com tal agrado
Que já começam
A escassear no mercado.
Coitadinho
Do tiraninho!
O meu vizinho
Está na Guiné,
E o meu padrinho
No Limoeiro
Aqui ao pé,
E ninguém sabe porquê.
( poema de Fernando Pessoa)
Mata os piolhos maiores (Pessoa)
Mata os piolhos maiores
Essa droga que tu dizes.
Mas inda há bichos piores.
Vê lá se arranjas veneno
(Ou grande, ou médio e pequeno)
Para matar directrizes.
O rei reside em segredo
O rei reside em segredo
No governar da Nação,
Que é um realismo com medo
Chama-se nação ao Rei
E tudo isto é Rei-Nação.
A República pragmática
Que hoje temos já não é
A meretriz democrática.
Como deixou de ser pública
Agora é somente Ré.
Fernando Pessoa, 1935
E o Salazar, artefacto
E o Salazar, artefacto
De um deus de régua e caneta,
Um materialão abstracto
Que crê que a ordem é alma
E que uma estrada a completa.
Não há poesia nele
Ai, nosso Sidónio Pais,
Tu é que eras português!
Um materialão abstracto,
Vive na orgia do exacto
Manda o país penhorado
Por uma estrada melhor.

Mas há claramente mais quando falamos de Fernando Pessoa!

Fernando Pessoa era um Liberal e como todos os Liberais autênticos um anti absolutista um anti totalitário e mesmo quando (e por duas vezes o fez…) se encantou com uma Ditadura, ( Sidónio Pais e o 28 de maio de 1926) numa não teve tempo de de desencantar, (  a Ditadura de Sidónio o seu Presidente rei) mas na outra como vimos acima rápido se afastou dela (e foi um dos dois leaderes inteletuais que sairam a Terreiro para defender a Maçonaria atacada que estava a ser na sua Liberdade de Existência, sendo o outro Norton de Matos)

Mas recordemos este Marketeer que também foi Fernando Pessoa e citemos extratos de A Essencia do Comércio e ainda do texto Régie, Monopólio, Liberdade dois dos textos que mostram como em Portugal havia uma vanguarda inteletual vinda do final da monarquis Liberal e desenvolvida na I República que inclusivamente mostrava potencial para entender este conceito de Marketing, surgido bem mais tarde nos EUA e que Belloso teima em ignorar absolutista e neo liberal que é

E recordo, “ Assim as coisas se mantiveram, salvas as primícias das forças vindouras, até se darem, ou se acentuarem, os três fenómenos que transformaram, simultanea e relacionadamente, os métodos comerciais e a situação social do comércio e do comerciante. Esses três fenómenos foram:1) a transformaçºao social, havia muito preparada, que irrompeu violentamente na Revolução Francesa, 2) o desenvolvimento da vida ultramarina, e 3) o advento da máquina e correlativamente o aperfeiçoamento dos transportes.”

Estou a citar, releve-se, textos de 1926, antes da Crise…de 1928! ( e antes do 28 de maio) e relevo ainda a visão não abstrata académica mas histórica, sociológica  e politica do nascimento e desenvolvimento do Comércio!

Antes do mais realça a Liberdade que o comerciante obteve com a Revolução Francesa, recordando “O mesmo homem tem uma alma diferente, sobretudo na ação, quando se sente livre e quando se sente subordinado” porque o Liberalismo de Fernando Pessoa não é somente economico, centrado na livre concorrencia, mas sim politico s ecultural.
Como se vê Fernando Pessoa não separa a Visão Cultural e Politica advinda da Revolução Francesa do papel da tecnologia e da expansão dos mercados que a “vida ultramarina” origina !

E esclarece ainda Fernando Pessoa que “Os espiritos subordinados só se sentem bem na rotina porque a rotina é a suboerdinação”, sendo pois que a rotina é a negação do Livre Arbitrio tema muito querido a um Maçon espiritualista como era Fernando Pessoa.

E, atento à evolução social enquanto processo dirá também Fernando Pessoa, atento analista de mercado que era, “ …mas deacordo com o individualismo da época o grande impulso que o comercio recebera, a libertação que teve da inferiorização social, as facilidades que estabeleceu a multiplicação de transportes e a sua melhoria – tudo isto fez com que se canalizassem para o comércio inumeras atividades sem preparação especial ou tradicional para o exercicio dele. E isto complicou a sistematização que se esboçava”, relevando como analista atento os erros do individualismo separando pois as virtualidades Liberais dos erros indiovidualistas até por impreparação social para a receçao adequada de um sistem Liberal.

E mais à frente distingue Fernando Pessoa, “A concorrencia indivuidual …obrigou o individuo a tomar as precauções para poder vencer; e onde essas precauções não são o abandono de todos os escrupulos – fenómeno aliás hoje correntissimo em todos os ramos – são o estudo atento dos processos a empregar, o estudo cientifico onde seja possivel para tomar a dianteira aos concorrentes…”, mostrandfo que a falta de escrupulos nada tem a ver com a Livre Concorrencia e com o Liberalismo !

Mas interessante também é o que Fernando Pessoa acentua no que diz respeito à Alemanha, “A “concorrencia nacional” organizada foi trazida para a evidencia universal pela Alemanha, cujo sistema de estado  não sóa estimulava mas como que a compelia a organizar nacionalmente como uma guerra – com uma tatica e uma estrategia estudadas – a expansão do seu comercio.”, o que veio subverter a regra da Livre concorencia a pontos de “Este factor mais obrigou os comerciantes de toda a parte a dar ao seu comercio uma organização e uma coordenação parecidas com aquelas que são hoje inevitáveis na industria.”

Assim, quem gerou a intervenção do Estado na atividade económica segundo Fernando Pessoa foi a Alemanha, leitura que aliás não reputo de totalmente verdadeira pois a “expansão ultramarina” foi apanágio de toda a Europa dominante e foi obviamente uma estrategia de Estado em favor os interesses das elites dominantes de cada país, à exceção note-se de Portugal e da Espanha onde a “expansão ultramarina” e citando de memória Darcy Ribeiro teve razões predominantemente de “expansão teocratica” algo a que para Portugal Fernando Pessoa assume como o seu V Império !

E lá se vai pois a tese de Belloso que cita e bem mas fora de contexto Fernando Pessoa, pois o que ele refere é uma condicionante negativa da intervenção do Estado, tal qual são negativas as intervenções feitas por quem não estivesse preparado para se inserir na atividade económica, tal como é negativa a intervenção economica sem qualquer escrupulo!

Mais valia pois que Belloso se quedasse pelos seus inteletuais neo liberais que assume o que horrorizaria sempre Fernando Pessoa, verdadeiro Liberal que era, e cito do DN “ O que é compativel é ser-se liberal e conservador.Arthur Brooks, o presidente do Aerican Enterprise Institute, que o é, costuma dizer que há quatro valores definitivos para alcançar uma vida ordenada, prospera e feliz: fé, família, comunidade e trabalho”, pois Fernando Pessoa olharia para esses valores como olhava para quem os defendia em Portugal, o salazarento, o bafiento de botinas Salazar, o triraninho!

Na verdade Fernando Pessoa nunca constituiu Familia, misogino no minimo que era, foi alcoolico assumido, da fé viveu-a na angustia da sua ou não existencia tendo até sido quase discipulo de Crawley o que se dizia discipulo do Diabo, e quanto ao trabalho sim trabalhou incessantemente mas nunca se preocupando com se haviam ou não almoços grátis pois recebeu-os mais e mais vezes !

Não Fernando Pessoa diria sempre que conservador é conservador, Liberal é Liberal, Socialista é Socialista ( o que não quer dizer estatista, aliás como se viu a estatista Alemanha de Bismark nada tem de socialista), e Comunista é Comunista !



Oh senhores do DN por favor afastem-me esse ignorante e fascistoide Belloso!

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